quinta-feira, 13 de novembro de 2008

E sobre as cotas para afrodescentes.

Desde de sua implantação muita polêmica sobre ele. Mas o que interessa que foi oficializado e muitos afrodescentes tiveram a oportunidade de estudar na UFPR. Várias grupos de discussões foram formados, muitos contra a implantação de sistema de cotas. O resultados estão acontecendo e nesta matéria prova muitas teorias que falaram sobre as consequências dos negros que não tinham nenhuma base nas escolas públicas do estado. Uma das teorias que caiu pelo chão foram o rendimento do negro. A matéria abaixo saiu nos veículos tendenciosos da cidade mas vale a pena dar uma lida. Terá também a pesquisa realizada com os alunos de escola pública.
Eduardo Siqueira

Sistema de cotas da UFPR tem avaliação positiva
Crédito da matéria: Elizangela Wroniski

Seminário que avaliou a implantação do sistema aconteceu ontem à tarde, na instituição federal, em Curitiba.
As primeiras turmas formadas pelo sistema de cotas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) se formam este ano e ontem foi realizado um seminário para avaliar os primeiros quatro anos de implantação da medida.
Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (Neab), professor Paulo Vinícius Baptista da Silva, são vários os pontos positivos. Estudantes oriundos de escolas públicas e afrodescendentes, por exemplo, apresentaram desempenho igual ou superior aos demais, além de ter menor índice de evasão.As cotas foram implantadas em 2005 na UFPR e, desde então, já beneficiou cerca de 5,2 mil alunos. Pelo sistema, 20% das vagas da universidade em cada curso são destinadas a alunos de escolas públicas e outros 20% para alunos negros, além de vagas para indígenas. Foram cerca de dois anos de discussão até a implantação. O professor Paulo lembra que uma das questões levantadas pelas pessoas que eram contrárias ao sistema dizia respeito a qualidade do ensino. Mas isto não representou problema, pelo contrário.
O professor afirma que os alunos de escolas públicas apresentaram rendimento superior aos classificados no quadro geral, e os alunos afrodescedentes tiveram desempenho similar aos demais.
Durante o evento de ontem, danças tradicionais foram apresentadas.
Outro dado positivo é o índice de evasão. Entre os alunos negros a desistência é três vezes menor do que entre os alunos do quadro geral. Entre os alunos de escolas públicas chega a ser duas vezes menor. “Mostra que o investimento público nesses alunos é ótimo. O dinheiro é bem aplicado, com menos desistência, mais alunos são formados”, comenta.O estudante afrodescendente Roberto Jardim, 30 anos, disse que sempre estudou em escola pública e já havia tentado duas vezes vestibular na UFPR. “O sistema facilitou a entrada no curso de ciências sociais”, falou. A vice-presidente do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Estado do Paraná, Maria de Lourdes Santa de Souza, diz que o sistema é importante para a história do Paraná.
“Nunca tivemos tantos alunos negros na universidade”, comenta. Ela diz ainda que a presença e o convívio com outros alunos ajuda também a acabar com o preconceito que ainda existe, mesmo que muitas vezes de forma velada.

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